segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Minha primeira namorada.


A primeira namorada
Que tive na minha vida
Tinha uma perna encolhida
A outra foi amputada
Era preta e desdentada
Um metro e dez de altura
Noventa e seis de largura
Todo parente é obeso
Noventa e oito é o peso
Dessa linda criatura

Eu fui dar um beijo nela
De dois dentes que ela tinha
Pensei que não um já vinha
Encalhado em minha goela
Pra quem já era banguela
Sua arcada ficou pouca
É baixa cambota e mouca
Com tudo se aperreia
Quase toda lua cheia
Tem uma crise de louca

Tem oito dedos na mão
Cega do olho direito
Certa vez perdeu um peito
Após uma operação
Perdeu também um pulmão
Falta um lado de um nariz
Não fechou a cicatriz
Ou tudo isso encontrei
Ou então exagerei
Nessa pesquisa que fiz

É gorda baixinha e preta
Tem sua coluna torta
Quase não passa na porta
Por que a perna é zambeta
Tem a boca de gaveta
Cabeça grande e careca
A orelha de peteca
Cada olho é uma bila
Tem a bunda de muchila
Seu lenço é uma cueca

Essa garota que falo
Inda tem mais um segredo
Não tem unha em cada dedo
Tem esporão como galo
Tem problema de intalo
Quando come passa mal
Almoça e janta mingau
Bebe água num canudo
Mesmo assim com isso tudo
Eu acho ela normal

Ela tinha no pescoço
Sinal de caroço cego
Da furada de um prego
Um braço fino e outro grosso
No nariz tinha um caroço
Maior do que um limão
Em cada pé um rachão
Tinha um defeito no olho
Careca criar piolho
Não tinha visto inda não

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