segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A viola


A viola é como gente
Tem boca, cintura e braço
Se a gente sente conasço
Ela sente a dor da gente
Não tem coranção doente
Tem corda mais é sadia
Se uma rebenta um dia
Em um pequeno instante
Seu dono faz um transplante
Sem precisar cirurgia

A viola sertaneja
Com sua cintura fina
É semelhante menina
Tem boca mais ninguém beija
Poá mais bonita que seja
Não perde a fidelidade
Vai ao colo sem maldade
Sobre o feito se coloca
Quando uma baião ela toca
Matando o dono a saudade

A minha caneta é
Uma viola sem corda
Uma barraca sem torda
Mais nela eu tenho fé
Patativa do Assaré
Tem caneta e violão
Com uma toca baião
Com outra escreve cordel
Uma deita no papel
A outra no coração

Nenhum comentário:

Postar um comentário