segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O TRABALHADOR RURAL


O trabalhador da roça
Com sua mão calejada
Levanta na madrugada
Coloca o boi na carroça
Precisa essa classe nossa
Apoio do Sindicato
É um sofredor de fato
Não se toma providência
Por falta de assistência
A fome é o seu retrato

O pobre trabalhador
A fim de ganhar o pão
Estora a palma da mão
Mas ninguém lhe dá valor
É um forte lutador
Um herói na agricultura
Vezes come fava pura
E outros nem fava come
Pra saciar sua fome
Sua carne é rapadura

De manhãzinha o roceiro
Toma uma xícara de moca
Pega a foice e vai a broca
Num costume rotineiro
A mulher vai ao canteiro
Arrancar na hora fria
Coloca numa bacia
Depois de tudo vendido
Dá uma parte ao marido
Para o pão de cada dia

Se o governo quisesse
Ajudar a quem trabalha
Não houvesse tanta falha
Num País que tanto cresce
Mais o governante esquece
De dar ao pobre uma ajuda
Só promessa e nada muda
Essa vida nua e crua
O descaso continua
Não sai do Deus nos acuda

Não há mais melhoramento
Nem Proagro nem recria
A poucos anos havia
Qualquer financiamento
Mais hoje é só sofrimento
Apoio já não tem mais
Trabalhadores rurais
Abandonando o roçado
Tombando um fardo pesado
Como se fossem animais

Alô Senhor Presidente
Venda esse avião novo
Olhe mais para o seu povo
Família humilde e carente
Mande dinheiro e semente
Que o nosso povo precisa
Promete e não realiza
Se for do jeito que penso
Quando o Senhor dá um lenço
Já vai tomando a camisa

Se Deus quiser ainda vejo
Na casa do nordestino
Ovelha, gado e suíno
A mesa cheia de queijo
No casarão sertanejo
Farinho, milho e feijão
Que não lhe falte o pirão
Macaxeira e girimum
Na casa de cada um
Sobra um pedaço de pão

Quero pedir a Jesus
Para proteger vocês
No ombro do camponês
Manere o peso da cruz
Não falte água nem luz
Abençoe o seu roçado
Proteja o curral do gado
De legume encha a casa
Gordura apagando a brasa
Como já vi no passado

Nenhum comentário:

Postar um comentário